A narrativa securitária no espaço lusófono: alinhamento ou diferenciação face às dinâmicas securitizadoras internacionais?

Ana Paula Brandão

Resumo


No pós-Guerra Fria generalizou-se o debate sobre a segurança, do qual resultou uma abordagem ampla do fenómeno, multiplicando-se as vozes em defesa da descentragem dos eixos estadual e político-militar paradigmáticos do Realismo. Neste contexto, foi clarividente o posicionamento crítico wæveriano sobre os críticos do Realismo ao alertar para a necessidade de analisar a segurança como um conceito intersubjetivo, socialmente construído, e de procurar perceber o porquê, o como e os efeitos do ato discursivo securitário, ultrapassando desta forma a emergente divisão entre ‘tradicionalistas’ e wideners/deepeners. A narrativa securitizadora internacional, intensificada pela resposta aos ataques de 11 de Setembro de 2001 e subsequentes, é indutora da clivagem Norte-Sul reconstruida em termos de segurança/insegurança: a ‘periferia de instabilidade e insegurança’ que, segundo o discurso, ameaça o ‘centro de estabilidade e segurança’. Aplicando a framework teórica da Escola de Copenhaga, a presente comunicação propõe-se analisar o discurso dos países lusófonos no quadro da CPLP, tendo em vista verificar se estes reproduzem a tendência securitizadora internacional ou se constroem uma narrativa diferenciadora.

Palavras-chave


Segurança; securitização; CPLP

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Universidade do Minho