A alimentação dos criados no Mosteiro de Tibães – Sécs. XVII-XVIII

Anabela Ramos

Resumo


No Mosteiro de Tibães, ao longo do século XVII e XVIII, conviviam lado a lado cerca de 30/40 monges e outros tantos serviçais. Enquanto para os primeiros o refeitório era o único espaço onde se podiam servir as refeições, estes faziam-no no tinelo, casa onde comem os criados todos em mesa redonda[1] ou a cozinha, onde em 1750 se refere a existência de uma mesa de comer os moços.

Mas que moços? Talvez a criadagem interna, já que identificámos dois tipos de criados – os que permanentemente aqui prestavam serviço e aqueles que eram contratados para trabalhos agrícolas específicos. Entre os primeiros, sabemos que alguns tinham residência no Mosteiro ou nas suas quintas, recebiam uma soldada anual e tinham funções específicas. Dentro desta classificação identificámos o cozinheiro, o bicho, o forneiro e seu ajudante, o pescador e seu ajudante, o hortelão e seu ajudante, o ovelheiro, o porqueiro, o moço da erva, o moço dos bois, o moço dos perús, o moço da estrebaria e os criados das várias quintas; outros como o achegador, o moleiro, a costureira, o alfaiate, a lavadeira e o barbeiro mantinham a condição de semi-internos, com deslocações periódicas ao Mosteiro e em situações pontuais, alguns, no caso da lavadeira, apenas para levantar e entregar a roupa e o barbeiro de 12 em 12 dias, para fazer a barba e a tonsura aos monges. Existiam, ainda, outros criados que prestavam um serviço mais particular aos monges e ao Abade Geral, exercendo actividades de acompanhamento em deslocações externas, transportando cartas, recados, mimos e vários outros objectos.


[1] Silva , António Morais e – Dicionário de Língua Portuguesa. Lisboa: Typographia Lacerdina, 1813. Voc. tinelo.


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