Memória sobre o Prémio de História Contemporânea, por Victor de Sá com notas de Henrique Barreto Nunes

Henrique Barreto Nunes

Resumo


Com a paragem forçada (internamento clínico) resultante do primeiro acidente vaso-cerebral, que me atingiu em Dezembro de 1981, surgiram as minhas preocupações quanto ao destino a dar aos papéis de estudos em que andava empenhado, cujo destino teria de acautelar.

Data de Janeiro seguinte a primeira Reflexão escrita que redigi sobre a matéria.

Considerando a partir de então a especificidade do meu espólio documental, que até aí acumulei quase desordenadamente, e ressal­vando também a hipótese de algum ou alguns dos meus sucessores naturais virem ainda a manifestar interesse por qualquer dos aspectos da minha actividade intelectual, para quem pudessem ser úteis aqueles materiais assim reunidos, passei desde então a preocupar-me com o destino mais apropriado a dar-lhes, isto é, o que pudesse ser mais proveitoso ou aproveitável por outros. E desde logo me ocorreu que a Biblioteca Pública de Braga, que eu frequentei desde os meus catorze anos, podia ser esse o destino.

Dei conta dessa reflexão aos meus Filhos e ao Dr. Henrique Barreto Nunes (a título confidencial), mas só em 1984, quando da trans­ferência da minha residência para o concelho de Sintra, e depois de confirmada a aceitação pela Universidade do Minho, agora tutora daquela Biblioteca Pública, procedi ao depósito do primeiro núcleo documental, do qual seria passado termo de Doação a 19 de Dezem­bro do mesmo ano, assinado pelo doador e pelo Reitor Doutor João de Deus Pinheiro, na presença dos senhores Vice-Reitores e dos res­ponsáveis pelos sectores do Documentalismo daquela Universidade.

Só cinco anos mais tarde, e depois de ter recebido o primeiro inventário respeitante a esse núcleo, prossegui a transferência de novos materiais para a Biblioteca de Braga.

Nesta altura já pensava também em contemplar com os meus direitos de autor uma instituição de utilidade pública, tendo envol­vido nesse projecto a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e a Associação Portuguesa de Escritores (APE), das quais era e sou sócio. Nesta fase foi-me sugerida a hipótese da instituição de um Prémio, à qual de pronto aderi, ocorrendo-me logo que este se desti­naria a jovens investigadores de história contemporânea portuguesa, projectando desse modo aquilo que havia sido a minha preocupação como docente e investigador nessa área. É que, desse modo, encora­jaria outros a percorrer o caminho que eu deixara interrompido com a minha próxima jubilação universitária.


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