Materiais de construção utilizados na arquitectura cristã da alta Idade Média, em Portugal

Manuel Luís Real

Resumo


A queda do Império romano foi acompanhada de um período de grandes convulsõe e de uma progressiva desestruturação do território, se bem que estejamos perante um processo multifacetado e não homogéneo. Nas principais cidades, a paisagem apresentar‑se‑ia marcada por grandes construções, parcialmente abandonadas ou reutilizadas para fins diversos daqueles para que foram construídas. No meio rural, haveria também villas e templos pagãos degradados ou em estado de abandono. Esta conjuntura e a emergência de novas necessidades levaram ao espólio das ruínas de antigos edifícios e, inclusive, à criação de correntes de importação, à distância, de materiais para reciclar. No entanto, não é de descartar a possibilidade de sobrevivência da exploração directa de algumas jazidas naturais, para obter novas matérias‑primas. Na época em estudo, é difícil encontrar evidências, nomeadamente documentais, sobre esse tipo de actividades, se bem que existam múltiplos indícios que permitem caracterizar tendências e estratégias de aprovisionamento, assim como alguns dos procedimentos utilizados.

Este breve ensaio dá particular relevo ao uso de materiais de alvenaria, mas não deixa de prestar atenção a outros tipos de matéria‑prima. A pesquisa efectuada incide fundamentalmente sobre exemplos encontrados em território português, embora se invoquem, sempre que justificado, outros paralelos peninsulares.


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