From Outer Space. O Processo de Descentralização da Música Indie Portuguesa (1991–2000)

Luiz Alberto Moura, Jean-Martin Rabot, Moisés de Lemos Martins, Paula Guerra

Resumo


Nas próximas páginas analisaremos os processos de produção de quatro gravadoras indie em Portugal, nos anos 1990, e em como foram determinantes para a democratização e descentralização do mapa da música nacional a partir da década de 1990. Operando à margem da grande indústria fonográfica, e calcadas na liberdade e vanguarda artísticas, esses selos, Bee Keeper (Lisboa), LowFly (Póvoa de Varzim), Moneyland Record$ (Caldas da Rainha) e Lux Records (Coimbra), avançam com o panorama iniciado nos anos 1980, sendo peças fundamentais para dar voz a uma nova música que surgia do underground português e que não teria espaço nas chamadas “majors”. A oposição ao mainstream e a luta contra a precariedade fizeram com que florescessem nessas comunidades sentimentos de pertença, trabalho coletivo e métodos alternativos de como “fazer música”. Pretendemos ainda explorar como essas editoras foram responsáveis também por disseminar novas sonoridades, mais afeitas à época com o que se ouvia nos Estados Unidos, misturando-as com a influência massiva da música britânica no país. Partiremos da origem destas editoras, seus desenvolvimentos e em como moldaram seus nichos. Deste modo, visualizaremos o legado de cada uma delas na música portuguesa como um todo. E também em como foram importantes para a criação, valorização, divulgação e regeneração de espaços para a prática da música, de eventos, fomentando novas meios de economia e estética, sendo peças chave para mudanças culturais e urbanas.

Palavras-chave


cenas musicais; democratização; descentralização; gravadoras indie; indie

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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho