Lobo Antunes: uma voz lusófona que representa a memória da guerra colonial em Angola em tempos pós-coloniais

Romilton Batista de Oliveira, Edilene Dias Matos

Resumo


O presente artigo investiga a representação do trauma na literatura a partir dos romances autobiográficos do escritor português António Lobo Antunes: Memória de Elefante, Os Cus de Judas e Conhecimento do Inferno. A pesquisa é teórico-metodologicamente bibliográfica, amparada pela literatura de testemunho, tendo a linguagem como fio condutor na representação do trauma. Estes romances fazem parte de uma literatura interpelada por um testemunho catastrófico que ainda não se fechou discursivamente. Sua extensa obra representa a memória de uma guerra que até hoje é lembrada por portugueses e africanos. Elas se enquadram ao contexto pós-colonial, numa perspetiva lusófona e interdisciplinar. Autores como Halbwachs (2006), Foucault (2008), Butler (2015), Sanches (2012), Bondía (2002), entre outros, são citados para dar maior consistência à análise das obras literárias. Os resultados desse trabalho mostram que os romances investigados refletem o doloroso processo traumático, consolidado por meio de um discurso crítico e desconstrutor que destravou os “nós” que impediam a linguagem traumática de “falar”, transformando-se numa rica produção literária, de rastro testemunhal, autobiográfico, histórico e memorialístico.

Palavras-chave


Literatura; representação; trauma; Guerra Colonial

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Universidade do Minho