Representações sociais e processos identitários: relações (pós)coloniais e a construção simbólica da América Latina

Julia Alves Brasil, Rosa Cabecinhas

Resumo


A partir do diálogo entre perspectivas dos Estudos Culturais e da Psicologia Social, objetivou-se, neste estudo, analisar as (meta)representações sociais de brasileiros, chilenos e mexicanos sobre a América Latina e os latino-americanos. Para tanto, realizou-se um inquérito com 213 estudantes universitários entre 18 e 35 anos, através de questionário online. A análise dos dados permite argumentar que, apesar da variedade de elementos evocados e da existência de especificidades nacionais, destacam-se vários aspectos comuns. Observou-se que, ainda que envolvessem elementos de cunho positivo e negativo, as representações sociais dos participantes acerca da América Latina foram mais centradas na diversidade (cultural, racial, natural) da região, consensualmente considerada positiva. Já as suas representações sociais sobre os latino-americanos tiveram como elementos mais centrais a alegria e a simpatia. Quanto ao que acreditam que os Outros pensam sobre a região e os seus habitantes, estas metarrepresentações foram constituídas, sobretudo, por estereótipos negativos, focados, por exemplo, na pobreza e na violência, e em aspectos relativos à expressividade e à falta de instrumentalidade, responsabilidade e autonomia dos latino-americanos. Os resultados permitem refletir sobre as relações entre identidades e representações sociais e sobre as (des)continuidades presentes nas relações (pós)coloniais entre os países da América Latina e demais partes do mundo.

Palavras-chave


América Latina; processos identitários; relações pós-coloniais; representações sociais

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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho