Uma “Mesquita” (lugar de culto) no Alentejo – invisibilidades na cidade
Resumo
O atual fenómeno migratório que ocorre na Europa está a transformar a realidade multicultural das sociedades contemporâneas e o território português não é exceção. Portugal foi, ao longo da sua história, um país de saída de gente que se habituou a interagir, adaptar, reconfigurar e assumir identidades múltiplas. As crianças portuguesas ou luso-descendentes assumiram “modelações culturais” do “outro”, recombinando-as com as dos progenitores e, em muitos casos, da escola portuguesa que haviam abandonado, para acompanhar os pais. Havia também, em Portugal, experiências de retorno de casais portugueses emigrantes, com filhos em idade escolar, embora fossem residuais. Mais difícil, porque menos banal, foi a partir dos anos 80 do século XX, lidar com situações de multiculturalidade nas escolas portuguesas por via da transformação de Portugal num país acolhedor de imigrantes e, desafio maior ainda, transformá-las em situações de interculturalidade. Isto é, tratar cada escola como um território e cada um deles como território multi e intercultural.
Tem sido um caminho que se vai fazendo de avanços e de recuos, de construção da identidade do “outro” e sobre a(s) identidade(s) do(s) outro(s). A escola tem um papel fundamental na integração dos alunos de origem imigrante e de minorias étnicas e das suas famílias. A ideia de que a escola deve alargar-se á comunidade, saindo dos seus muros não é nova mas, nem por isso é de fácil concretização – veja-se, por exemplo a participação familiar dos imigrantes e minorias étnicas nos órgãos representantes das escolas e agrupamentos, o grau de participação em atividades desenhadas e propostas pelas escolas, etc.
Para conhecer o território de Beja do ponto de vista da imigração, é forçoso olhar para as escolas: quantos são os alunos não portugueses neste ano letivo; qual a sua origem; quais as faixas etárias em que se inserem; há quanto tempo frequentam o ensino português; quais as dificuldades pelas quais passam; quais as maiores facilidades com as quais se depararam; como se sentem face à escola e à turma; como se relacionam com toda a comunidade escolar (colegas, docentes, funcionários não docentes); como percecionam os materiais didáticos com os quais têm que trabalhar diariamente, entre outras, são questões que se impõem.
Este levantamento, também ele envolto em dificuldades, está a ser feito desde 2015 e assume-se como um trabalho nunca terminado, já que estamos a trabalhar com dados absolutamente volúveis e difíceis de conseguir (dependem da decisão de resposta de direções de agrupamentos de escolas, de declarações de professores, crianças e famílias). A metodologia usada é ancorada em trabalho de campo, pressupondo, pontualmente, situações de observação participante, complementando a recolha de dados feitos através de inquérito por questionário dirigido às direções de agrupamentos de escolas. Opta-se igualmente, por aplicar entrevistas a docentes, diretores/as de agrupamentos de escolas e famílias de crianças pertencentes a grupos étnicos minoritários e/ou imigrantes e respetivas famílias.
Tem sido um caminho que se vai fazendo de avanços e de recuos, de construção da identidade do “outro” e sobre a(s) identidade(s) do(s) outro(s). A escola tem um papel fundamental na integração dos alunos de origem imigrante e de minorias étnicas e das suas famílias. A ideia de que a escola deve alargar-se á comunidade, saindo dos seus muros não é nova mas, nem por isso é de fácil concretização – veja-se, por exemplo a participação familiar dos imigrantes e minorias étnicas nos órgãos representantes das escolas e agrupamentos, o grau de participação em atividades desenhadas e propostas pelas escolas, etc.
Para conhecer o território de Beja do ponto de vista da imigração, é forçoso olhar para as escolas: quantos são os alunos não portugueses neste ano letivo; qual a sua origem; quais as faixas etárias em que se inserem; há quanto tempo frequentam o ensino português; quais as dificuldades pelas quais passam; quais as maiores facilidades com as quais se depararam; como se sentem face à escola e à turma; como se relacionam com toda a comunidade escolar (colegas, docentes, funcionários não docentes); como percecionam os materiais didáticos com os quais têm que trabalhar diariamente, entre outras, são questões que se impõem.
Este levantamento, também ele envolto em dificuldades, está a ser feito desde 2015 e assume-se como um trabalho nunca terminado, já que estamos a trabalhar com dados absolutamente volúveis e difíceis de conseguir (dependem da decisão de resposta de direções de agrupamentos de escolas, de declarações de professores, crianças e famílias). A metodologia usada é ancorada em trabalho de campo, pressupondo, pontualmente, situações de observação participante, complementando a recolha de dados feitos através de inquérito por questionário dirigido às direções de agrupamentos de escolas. Opta-se igualmente, por aplicar entrevistas a docentes, diretores/as de agrupamentos de escolas e famílias de crianças pertencentes a grupos étnicos minoritários e/ou imigrantes e respetivas famílias.
Palavras-chave
Escola; educação; interculturalidade; multiculturalidade; minorias
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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho