Seja feliz, agora! Patologização e governo dos infelizes na literatura de autoajuda

Geilson Fernandes de Oliveira, Marcília L. G. da Costa Mendes, Maria das Graças P. Coelho

Resumo


Atualmente, a temática da felicidade tem se mostrado pauta recorrente nas diversas instâncias da vida em sociedade, de modo que são inúmeras as práticas discursivas que colocam esta questão como central para uma vida plena e realizada. Neste cenário, entre as muitas ofertas de caminhos que se autointitulam capazes de levar os sujeitos a esse estado, vem se destacando a partir do século XIX os manuais da literatura de autoajuda, fenômeno de grande expressão nos tempos correntes. Com enunciados que visam auxiliar os sujeitos leitores para o treinamento de suas emoções através de técnicas e regras para o bem viver, estes manuais visam promover nos leitores uma atenção sobre si mesmos que poderá lhes render atributos e experiências positivas, segundo asseguram. Buscando analisar esta problemática, no presente artigo objetivamos compreender esta produção discursiva em dois títulos do gênero autoajuda. Elegemos como objeto empírico as obras Treinando a emoção para ser feliz (Cury, 2007a) e 12 semanas para mudar uma vida (Cury, 2007b), ambas do escritor brasileiro Augusto Cury, um dos principais nomes nacionais do segmento, o qual possui diversas obras publicadas internacionalmente. Metodologicamente, a nossa proposta tem sua inscrição nos pressupostos teóricos e metodológicos da análise do discurso de linha francesa.

Palavras-chave


Discursos da felicidade; literatura de autoajuda; governamentalidades

Texto Completo:

PDF


...............................................................................................................

.:: LASICS ::.
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho