A última grande invenção ou o fim do humano

Paulo Alexandre e Castro

Resumo


O objetivo deste ensaio é claro: discutir a última grande invenção humana, a inteligência artificial e, segundo a nossa reflexão, o seu consequente paradoxo. Paradoxo que se sustenta a partir do estabelecimento de premissas que se tem institucionalizado pela robotização do humano e pela procura de humanização das máquinas. É sobre as suas fronteiras e as questões que aí se esboçam que a análise recairá.
Estando a viver-se uma era marcada pela alienação do humano, numa era em que o apanágio da inteligência – dos smartphones às smartTV’s –, passou a ser atribuível às máquinas, é de considerar que a última grande invenção do Homem possa significar a sua derradeira ameaça, à semelhança do que alertara Ray Kurzweil em The Age of Spiritual Machines: When Computers Exceed Human Intelligence (2000) ou mesmo da possibilidade do seu fim como adverte James Barrat em Our Final Invention: Artificial Intelligence and the End of the Human Era (2013) ou ainda Stuart Armstrong em Smarter Than Us: The Rise of Machine Intelligence (2014).
A este respeito Stephen Hawking e Noam Chomsky entre muitos outros alertaram para o rápido desenvolvimento da inteligência artificial a par do desenvolvimento do armamento como drones ou outros aparelhos não humanamente pilotados. Se é verdade que esta é uma visão dramática, não deixa de ser possível questionar a sua validade pois pode ser que haja ainda um horizonte a partir do qual se possa reequacionar o que significa ser humano ou como ser humano num mundo computacionalmente inteligente como sugerido em Nick Bostrom em Superintelligence: Paths, Dangers, Strategies (2014) ou na recente obra de Luís Moniz Pereira, A Máquina Iluminada (2016).

Palavras-chave


pós-humano; inteligência artificial; humanoides; singularidade; invenção final

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Universidade do Minho