As raízes pré- e pós-coloniais do mercado regional latino-americano de televisão
Resumo
Este estudo reflete sobre o modo como diversos aspetos das culturas pré-coloniais, sob o impacto da expansão portuguesa e espanhola e de quase duzentos anos de experiência pós-colonial, compartilhada entre colonizadores e colonizados, conformaram um diferente padrão de desenvolvimento das indústrias televisivas latino-americanas. Este capítulo centra-se nos contributos das culturas pré-colombianas para a linguagem e a geocultura, que ainda atravessam as fronteiras nacionais na América Latina, enquadrando espaços culturais e mercados. Neste estudo também são analisadas as relações da era colonial entre a Igreja Católica e os impérios, português e espanhol, na definição de fronteiras linguísticas, que continuam a separar o Brasil da restante América Latina, afetando os fluxos televisivos contemporâneos, os processos de hibridismo cultural e os padrões comerciais. Tendo a sua origem no período colonial, tais padrões foram-se estabilizando com o tempo, para o que contaram com a experiência colonial, depois com a experiência pós-colonial, e ainda, com processos políticos, mais recentes, como é o caso do populismo, que configuram a Península Ibérica e a América Latina. Atravessando fronteiras, interagindo com os Estados, assumindo determinadas formas industriais e dando origem a conteúdos específicos, os sistemas de televisão latino-americanos são modelados por estas condicionantes.
É nosso intuito, neste estudo, interrogar os atuais espaços e mercados televisivos, que são, ao mesmo tempo, não apenas regionais e transnacionais, como também, geolinguísticos e linguístico-culturais. O nosso ponto de vista é baseado, parcialmente, num entendimento que remete os média regionais modernos para as origens da expansão europeia, e mesmo para tempos anteriores (Kraidy & Al-Ghazzi, 2013; Straubhaar, 2007).
É nosso intuito, neste estudo, interrogar os atuais espaços e mercados televisivos, que são, ao mesmo tempo, não apenas regionais e transnacionais, como também, geolinguísticos e linguístico-culturais. O nosso ponto de vista é baseado, parcialmente, num entendimento que remete os média regionais modernos para as origens da expansão europeia, e mesmo para tempos anteriores (Kraidy & Al-Ghazzi, 2013; Straubhaar, 2007).
Palavras-chave
colonialismo; mercado; América Latina; televisão; cultura; identidade transnaciona
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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho