Política linguística: Terra de ninguém, terra de todos. Notas a partir de um Posto de Observação Moçambicano

Armando Jorge Lopes

Resumo


A presente comunicação ocupa-se de duas frentes. A primeira frente remonta a um curso de Verão sobre a política do Português em África e na Europa, que a Universidade de Lisboa realizou na Arrábida em 1998, tendo então, no âmbito da transdisciplina da Linguística Aplicada, sugerido (comunicação publicada em 2002) a construção de uma convergência entre a planificação linguística, que considero ser a teoria científica, e a política linguística, digamos a teoria indigenizada, que é a prática. Nesta interface da Linguística Aplicada, localizada em terra de ninguém porque a contiguidade fronteiriça da planificação e da política linguísticas cria esse espaço especial de pertença e de reflexão por todos, pretendo aqui retomar temas-suporte do sistema ecológico da língua portuguesa, de entre outros, o tema da custódia de língua, a problemática do paradigma metodológico para este tipo de pesquisa, o tema da naturalização de língua e seus usos, o da substituição de uma língua oficial de comunicação mais ampla por outra e o tema da morte de língua.
Na decorrência da frente da planificação e política linguísticas, a segunda frente transporta-nos para o devir, e assim tenciono reflectir sobre o conceito transdisciplinar da ‘lusofonia’ que, da terra nullius, vem clamando por conceptualização e operacionalização; ao mesmo tempo, procuro discutir franjas do assunto que, à semelhança da planificação linguística, se reveste de interfaces eminentemente sociais, culturais e históricas, e que permeiam questões tratadas na primeira frente desta comunicação.

Palavras-chave


planificação linguística, política linguística, lusofonia, transdisciplina

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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho