O uso dos novos media e a redefinição de tempos e espaços em meio rural

Ana Melro, Lídia Oliveira

Resumo


Vivemos um momento em que a utilização frequente dos novos media origina mutações na forma como se perciona o tempo e o espaço. A expressão “a qualquer hora, em qualquer lugar” traduz esta ideia de diluição de fronteiras entre diferentes contextos – familiar, laboral/escolar e de lazer- favorecendo a tese de que se assiste a uma crescente hibridez nos espaços-tempo, a maioria das vezes não apercebida por parte das populações.
Como diversos autores afirmam (entre eles, Castells, Thompson e Harvey), se o tempo de trabalho entra nas casas e nas redes de amizade, algo potenciado pelo estado de permanente conetividade, também é muito provável que o contrário aconteça, ou seja, que exigências familiares e outras invadam o tempo e o espaço de trabalho. Aliás, se as interações face a face costumavam ser o intercâmbio priveligiado de conteúdo simbólico, com os novos media esse mesmo intercâmbio ganha contornos diferentes que podem ser compreendidos através do processo que Harvey chama “srinking map of the world”. Partindo da ideia de que os utilizadores de novos media experimentam novas conceptualizações de espaço e de tempo, designadamnete à custa da utilização intensiva dos ecrãs, reflecte-se neste texto sobre: i) a forma como essa redefinição dos tempos e espaços ocorre nos variados contextos sociais – familiar, laboral/escolar e de lazer ; ii) a forma como os indivíduos a percecionam ou lhes passa despercebida; e iii) o realismo da ideia sobre a crescente fluídez entre tempos e espaços nos contextos de vida do meio rural português.

Palavras-chave


Novos media; redefinição do tempo; redefinição do espaço; meio rural; gerações de ecrã; contextos sociais

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Universidade do Minho