Idade Média

Manuela Martins, José Meireles, Luís Fontes, Maria do Carmo Ribeiro, Fernanda Magalhães, Cristina Braga

Resumo


A abordagem do sistema hidráulico da cidademedieval depara-se com vários problemas, que resultam dodesaparecimento de elementos materiais associados à água,da menor quantidade de informações arqueológicasrelativas a este período, bem como de um insuficientetratamento das fontes documentais e arqueológicasdisponíveis para abordar esta questão [58].Assim, grande parte dos dados referentes à gestão euso da água na Braga medieval permanece por investigar,sendo outros sugeridos por menções feitas em fontes maistardias, entre as quais destacamos as que se reportam àatuação do arcebispo de D. Diogo de Sousa nomelhoramento das fontes da cidade [59].Os reduzidos conhecimentos que possuímos sobreo funcionamento do sistema de abastecimento e gestão daágua em Braga no período medievo, não constitui, todavia,uma situação excecional no quadro nacional, sendo antescomum à grande maioria das cidades portuguesas, nas quaispraticamente tudo que se relacione com a água carece deestudos aprofundados.Uma das questões mais importantes quandoabordamos as cidades que registam continuidade deocupação relativamente ao período romano, relaciona-secom a avaliação da sobrevivência dos sistemas hidráulicosromanos durante a Antiguidade Tardia e Alta Idade Média.Vários investigadores sustentam que os sistemastecnológicos romanos de aprovisionamento e gestão daágua continuaram a ser utilizados durante a Idade Média,muito embora as mudanças sociais e culturais ocorridas nosséculos que se sucedem ao fim do domínio romano doOcidente tenham alterado os hábitos das populaçõesurbanas relativamente à utilização da água.

 

[58]Entre a documentaçãomais relevante podereferir-se os fundoseclesiásticos existentesno Arquivo Distrital deBraga, nomeadamente osLivros de Tombo e os Livrosdos Prazos das Propriedadesdo Cabido, mas também ofundo monásticoconventual,designadamente osdocumentos relativos àslicenças para encanação deágua .Por sua vez, ostestemunhos materiaisexigem levantamentosrigorosos e análisesaprofundadas, com vistaao estabelecimento decronologias mais seguras

[59]A. J. Costa(1993: Doc. 19)


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