Proto-História

Manuela Martins, José Meireles, Luís Fontes, Maria do Carmo Ribeiro, Fernanda Magalhães, Cristina Braga

Resumo


Falar da água na época proto-histórica significa ampliar um pouco a nossa escala de análise, uma vez que,como já afirmámos, o sítio onde foi fundada a cidade de Braga não conheceu uma ocupação pré-romana permanente, muito embora fosse certamente um local importante para as populações que habitavam os povoados fortificados da região envolvente [20]. De facto, a arqueologia documentou a ocorrência de vestígios da Idade do Bronze Final na Colina do Alto da Cividade e indícios de uma possível necrópole, com a mesma cronologia, na zona dos Granjinhos e na área situada a norte da Fonte do Ídolo, testemunhos que não revelam, todavia, qualquer solução de continuidade durante a Idade do Ferro,registando-se um hiato entre uma ocupação datável dos finais do II milénio/inícios do I a.C. e a fundação da cidade romana, em torno dos anos 16/15 a.C., com uma ocupação ininterrupta do sítio até aos nossos dias [21]. Tudo leva a crer que a baixa altitude da colina onde se implantou a cidade romana (199m) não oferecia as necessárias condições topográficas para o desenvolvimentodas comunidades da Idade do Ferro, que preferiram implantar-se em locais com maior controle estratégico. Encontramos evidências dessa implantação em vários montes que circundam a cidade, sempre com altitudes superiores aos 300m, sendo os mais conhecidos e próximos o castro Máximo, o castro de Santa Marta da Cortiças e o castro das Caldas, todos eles com posições de controlo sobre as duas principais bacias hidrográficas da região, situadas, respetivamente, a norte (Cávado) e a sul (Ave).

 

[20]M. Martins (2011);M. Martins et al (2012)

[21]M. Martins (2011);L. Fontes et al. (2010);M. C. Ribeiro (2008)


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