Materiais de construção na região de Leiria em tempos medievais

Saúl António Gomes

Resumo


A paisagem da região de Leiria, situada no litoral estremenho português, entre as faldas das serras do chamado Maciço Calcário Estremenho (Sicó, Aire e Candeeiros) e as manchas dunares atlânticas, onde se alongam matas de pinho bravo, encontra‑ se profundamente marcada pelas heranças patrimoniais do medievo. O povoamento deste espaço geográfico, mais estritamente coincidente com a bacia hidrográfica do Lis e Lena, renovou‑se no século XII, a partir da fundação do castelo de Leiria por iniciativa do rei D. Afonso Henriques, em 1135. A fortaleza medieval leiriense é hoje, depois de séculos de vicissitudes e de restauros aprofundados levados a cabo no século XX, o testemunho mais eloquente desses tempos afonsinos. Nos confins do primitivo termo undecentista de Leiria, levantar‑ se‑ iam os castelos de Ourém, de Porto de Mós e, mais tardiamente, de Alcobaça. Os exércitos do rei e dos nobres que o acolitavam, os cavaleiros das Ordens Militares, sobremodo templários e hospitalários, e a força armada garantida por cavaleiros‑ vilãos garantiram a defesa do território, apropriando‑ se das melhores terras, matas e florestas, concedendo‑as, depois, em préstamos e a foros[1].


[1] Vd. GOMES, Saul António, Introdução à História do Castelo de Leiria, 2ª edição, Leiria, Câmara Municipal de Leiria, 2005; Idem, Porto de Mós. Colectânea Histórica e Documental. Séculos XII a XIX, porto de Mós, Câmara Municipal de Porto de Mós, 2007.


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