Imigração e interculturalidade na União Europeia: Sombra e luz de uma relação complexa

Isabel Estrada Carvalhais

Resumo


Neste texto propomos uma reflexão sobre a lógica subjacente à gestão do fenómeno migratório na União Europeia, através de uma análise à forma como tal lógica se revela na operacionalização das políticas que acompanham os conceitos de imigração ilegal, migração circular e buffer states.
Nessa operacionalização, evidencia-se uma inquietante fricção entre duas grandes heranças constitutivas da matriz ideológica quer da Europa contemporânea no geral, quer do espaço comunitário em particular. Uma herança de ética humanista e cosmopolita por um lado, e uma herança de ética burguesa e colonizadora por outro. Neste contexto de ambivalência matricial, que persegue as respostas da União na sua relação com ‘o outro’, a legitimidade de práticas e discursos políticos sobre a gestão de fenómenos migratórios é necessariamente uma legitimidade incompleta, uma vez que a sombra da segunda herança impossibilita a afi rmação da sua totalidade.

Palavras-chave


União Europeia, direitos fundamentais, imigração ilegal, migração circular, boa vizinhança, segurança

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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho