Cecília Meireles: a poetisa-jornalista na defesa e prática de uma educação para a cidadania

Rosana Pinto Plasa Silva, Carlos Roberto de Carvalho

Resumo


Este artigo objetiva realizar uma reflexão sobre a importância que as crônicas de educação, escritas e publicadas pela poetisa-jornalista Cecília Meireles, no período de 1930 a 1932, na Página de Educação do Jornal Diário de Notícias, no Rio de Janeiro, tiveram para firmar o compromisso da escritora com os princípios da democracia e da cidadania. O estudo, sob a ótica polifônica, considera que tais ideias propagadas via crônicas resultam de um processo de comunicação interativa. Para a análise, foram selecionados alguns textos do livro Cecília Meireles – Crônicas de educação 1, organizado por Leodegário Amarante de Azevedo Filho. Na obra, as crônicas dividem-se em dois núcleos temáticos abrangentes, dos quais, visando à análise desses textos cecilianos, selecionaram-se dois assuntos: “liberdade”, inserido no primeiro núcleo, e “infância”, no segundo. Como referencial teórico, tomou-se por base a discussão empreendida por Mikhail Bakhtin sobre linguagem, dialogismo e polifonia. Este estudo possibilitou acompanhar o entrelaçamento, sem reservas, da escritora com o seu leitor no qual, por meio de um estabelecimento de fronteira de campo de visão, semelhante ao que ocorria em uma ágora grega, eles puderam refletir criticamente as questões que envolviam a educação no Brasil e no mundo. Dessa forma, neste trabalho, pôde-se compreender como Cecília Meireles, por meio de suas crônicas, consolidou o compromisso com os princípios democráticos e cidadãos, valorizando a educação no sentido amplo, ou seja, voltada para uma formação fraterna e solidária.

Palavras-chave


Polifonia; educação; democracia e cidadania

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