A dimensão cultural da política externa da União Europeia no período pós Maastricht

Jorge Silva

Resumo


O final da Guerra Fria potenciou a projeção de novos atores, levando a um
poder menos estatocêntrico. Assim, outras abordagens às Relações Internacionais surgem e, nesse sentido, a União Europeia (UE) viria a dar um contributo próprio na medida em que o tradicional hardpower vem dar lugar a uma visão mais participativa e inclusiva, seguindo a cartilha normativa, premiando os valores, a cooperação e a atração (softpower). Notamos que apesar da consolidação, nos anos 2000, de uma literatura académica acerca da UE enquanto ator normativo, que veio clarificar a sua ação externa sui generis, menor atenção tem sido dada à matriz cultural da União e como a mesma se materializa na sua política externa. Além de a cultura dar um contributo importante para que exista confiança entre as nações, ela faz parte da forma como a UE se concebe não só enquanto projeto de integração (dinâmicas internas) mas também como ela organiza as suas relações com terceiros. As dimensões culturais nas relações externas da UE ganham maior relevância a partir do tratado de Maastricht, sendo que se distinguem duas vertentes de “cultura” nos outputs da UE: a vertente normativa e a vertente material. A ligação destas duas vertentes faz parte da estratégia da política externa da UE enquanto instrumento estratégico.

Palavras-chave


Cultura; política cultural; União Europeia; relações internacionais

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Universidade do Minho