Arquivos e Parcerias

Maria Olinda Alves Pereira

Resumo


O processo que teve por objetivo instalar, no contexto geográfico, social e cultural do Alto Minho, uma rede de arquivos deu, desde o começo, a preferência aos Municípios. Com efeito, as autarquias destacavam-se abundantemente das restantes entidades concelhias do distrito como o grupo mais coeso do ponto de vista estrutural, nomeadamente nos aspetos tecnológicos, organizacionais e comunitários. Houve, no entanto, outras componentes que impulsionaram a estratégia de desenvolvimento do trabalho em rede com estas instituições, tais como o reconhecimento da sua aptidão para a gestão eficaz dos recursos técnicos e humanos colocados ao dispor dos futuros arquivos e a garantia de poderem vir a assumir, no futuro, as corresponsabilidades financeiras que o estabelecimento das parcerias com o Arquivo Distrital e a Direção-Geral de Arquivos acabaria por envolver. A verdade é que a promoção das parcerias e a sua tradução nas experiências de trabalho postas em prática localmente constituíram, com o patrocínio dos Programas Nacionais da Inventariação do Património Cultural Móvel (IPCM) e de Apoio à Rede de Arquivos Municipais (PARAM), de par com a colaboração permanente do Arquivo Distrital de Viana do Castelo (ADVCT) – a qual passou pelo Projeto de Apoio às Autarquias do Alto Minho, anterior ao PARAM –, pilares fundamentais da salvaguarda e valorização dos acervos informativos até aí acumulados nos repositórios (não digitais), disseminados pelos concelhos. Sabe-se que, no decurso dos anos, e não obstante a valia e a ampla variedade de procedências da informação que incorpora os espólios municipais, estes estiveram sempre votados ao abandono e em risco iminente de perecimento. Amontoavam- -se, na esmagadora maioria dos casos, em armazéns acanhados, sótãos, caves e corredores dos edifícios camarários, destituídos das mais simples condições de preservação e inúteis para a investigação e o uso administrativo.


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