A crise da paróquia no Antigo Regime: a paróquia rural portuguesa a caminho de um novo modelo de acção paroquial. Nova pastoral. Ensino e assistência

José Viriato Capela

Resumo


Ao longo da segunda metade do século XVIII estão em marcha factores que alteram profundamente o quadro de referências políticas da paróquia e acção paroquial. Elas conjugam-se para dar maior centralidade à paróquia e comunidades locais: o poder real pretendendo aí construir a comunidade e o poder civil e político; a Igreja fixando aí um novo programa de evangelização e promoção social e cultural dos povos. Alargam-se pois os planos de acção e intervenção das comunidades locais, no plano político e social, por acção daqueles dois principais vectores, umas vezes coadjuvantes, outras vezes concorrentes. Mas também reivindicando as comunidades, no âmbito daqueles processos, civis e eclesiásticos, espaços para afirmar a vontade das suas autonomias, tradições e direitos históricos que alicerçam nas novas garantias que o Estado de Direito Nacional, o novo Direito Público e até o Direito Histórico (Tradição e Costume) lhes quer conferir. A profunda e extensa crise económico-social que então se vive – enquadrada na crise do Antigo Regime – conjuga-se também para uma maior tomada de iniciativa das comunidades, no quadro, sobretudo, da recusa ou revolta contra o agravamento das condições de vida e reforço neo-senhorial. Neste quadro, reforça-se a comunidade civil e moral das comunidades, em luta e defesa dos tradicionais usos e práticas do «colectivismo» económico e social, contra o individualismo, sobretudo, agrário.

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