A representação da dor na imprensa nacional: análise da relação entre os media e as fontes de informação durante a experiência de estágio no Jornal de Notícias

Tendo como base a experiência enquanto jornalista estagiária na secção Grande Porto do Jornal de Notícias, durante a minha tese de mestrado, procurei refletir sobre a forma com os jornalistas abordam e tratam as situações de dor.

Acidentes, mortes e perda de bens foram alguns dos temas trabalhados durante o período de estágio. Foi-me possível acompanhar, na primeira pessoa, todo o processo de construção de  noticias referentes a assuntos deste âmbito. A abordagem que é feita a este tipo de temática, assim como o contacto que é estabelecido com as fontes de informação foram os principais objetivos traçados para este trabalho.

Neste sentido, desenvolvi uma análise teórica que envolveu a exploração de conceitos relacionados com o jornalismo de proximidade (Duarte, 2005; Camponez, 2002), a tragédia (Torres, 2006; Panti e Sumiala, 2009),  a imagem (Boltanski, 1999; Sontag, 2003) e as emoções (Pantti, 2010). Foram enquadrados alguns dos mais mediáticos assuntos, desde o início do século XXI, que envolveram a temática da dor, tais como a queda da ponte de Entre-os-Rios ou o ataque às Torres Gémeas.

A minha experiência enquanto jornalista estagiária serviu como complemento à exploração teórica. Nesta parte do trabalho, com um perfil mais pessoal, foram abordados os desafios enfrentados durante a redação de notícias relacionadas com casos trágicos. O contacto com as fontes e o processo de construção destas notícias são alguns dos aspetos abordados. Confrontar investigações, teorias e ideias com experiências práticas e concretas foi sempre o objetivo do meu trabalho.

A tese “A representação da dor na imprensa nacional : análise da relação entre os media e as fontes de informação durante a experiência de estágio no Jornal de Notícias”  resulta de um período de estágio de três meses na redação do JN do Porto e foi defendida com aproveitamento na Universidade do Minho.

Tese disponível em:
 http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/29134/1/Ana%20Rita%20Moreira%20Vila%C3%A7a.pdf

Tese desenvolvida na UFMG e na Uminho vence Prêmio Capes de Teses 2014

Defendida por Angie Gomes Biondi, a tese “Corpo sofredor: figuração e experiência no fotojornalismo”, orientada pelo Prof. Dr. Paulo Bernardo Ferreira Vaz, da Universidade Federal de Minas Gerais, com período de estudos na Uminho, sob orientação do Prof. Dr. Moisés Lemos Martins, foi vencedora do Prêmio Capes de Teses 2014, na categoria Ciências Sociais Aplicadas I.

A tese pode ser acessada no repositório da Capes seguindo o link http://pct.capes.gov.br/teses/2013/32001010052P0/TES.PDF

Livro brasileiro analisa relações entre jornalismo, acontecimento e morte

Lançado pela Editora Insular, o livro Jornalismo e Acontecimento – volume 3 – organizado pelos professores Beatriz Marocco, Christa Berger e Ronaldo Henn, da Universidade Vale dos Sinos, Brasil, traz uma coletânea de textos que analisam coberturas jornalísticas que têm a morte como acontecimento. Os professores Bruno Sousa Leal, Elton Antunes e Paulo Bernardo Ferreira Vaz, membros da equipe de investigadores do projeto “O fluxo e a morte”, em convênio da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade do Minho (financiamento Capes/FCT), são alguns dos autores.

Outras informações no link http://www.insular.com.br/product_info.php/cPath/83/products_id/744

Chamada de artigos E-book Morte e Acontecimento Mediático

O prazo de envio dos textos relativos ao projeto O fluxo, a morte e o acontecimento mediático: Linguagens, Interações e Imaginário, destinados a uma publicação eletrónica, foi alargado até ao próximo dia 30 de março de 2015.

Serão privilegiadas mas não exclusivamente aceites as propostas resultantes de comunicações realizadas no âmbito do projeto científico, nomeadamente os eventos integrados no Seminário Internacional O Acontecimento Mediático (2012), no Colóquio O Fluxo e a Morte (2013), e no Colóquio Medialândia (2014).

Submissão através do endereço eletrónico: fluxomortemedia@gmail.com

Os artigos deverão respeitar as normas para apresentação de originais da revista Comunicação e Sociedade (http://revistacomsoc.pt/index.php/comsoc/about/editorialPolicies#custom-3)

Moisés Martins fala sobre Média e Cultura em BH

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Entre os dias 18 e 20 de novembro de 2014, Moisés de Lemos Martins esteve na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em Belo Horizonte, para ministrar o curso “Mídia e Cultura Contemporânea”.

O evento, que decorreu em três dias, começou por tratar questões como o estilhaçamento da cultura na contemporaneidade. Segundo Moisés Martins, a relação entre homem e máquina e a crescente importância da cibernética são alguns dos motivos que justificam este estilhaçamento. O professor e investigador da Universidade do Minho destacou, aqui, a relevância e o papel do controlo de informações e da vigilância. Sobre a questão do estilhaçamento da cultura, Moisés Martins afirmou, ainda, que a sociedade atual se caracteriza pelo uso de tecnologias de informação, em detrimento da comunicação, impossibilitando ou dificultando a relação com o outro.

No segundo dia, Moisés Martins dedicou-se à questão da passagem de um regime centrado no logos, ou na palavra, para um regime centrado no pathos, ou seja, nas emoções. Para o investigador, regista-se, portanto, “um deslocamento do consciente para o inconsciente”.

Seguindo a perspetiva de Moisés Martins, verifica-se, então, uma subversão ao nível do imaginário, sobrepondo-se o trágico (contradições sem ‘happy end’) ao dramático (contradições superadas por uma síntese redentora); o barroco (formas onde predominam as linhas curvas, as concavidades e as sombras) ao clássico (formas de linhas direitas e de superfícies transparentes); e o grotesco (dos valores invertidos e o rebaixados) ao sublime (dos valores superiores e universais).

Dedicado ao tema da imagem, o terceiro dia contou com a análise de elementos visuais, narrativas de videoclipes, publicidades e desfiles de moda. Cada um destes exemplos serviu de mote para que Moisés Martins discutisse as alterações que a sociedade contemporânea tem vivido e as produções imagéticas desta mesma sociedade.

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Adriana Bravin, jornalista e doutoranda em Comunicação na UFMG refere que o minicurso ministrado pelo professor Moisés lhe permitiu “refletir sobre como os modos de organizar vida e pensamento, cultura e mídia, e especialmente a produção de imagens, são profundamente afetados, e mesmo deslocados, pela sociedade tecnológica”. Segundo Adriana, “trata-se de um regime contemporâneo do viver sob o prisma da comunicação generalizada, por meio das tecnologias da informação, do mercado global e da produção/circulação incessante de imagens”. Para Adriana Bravin, “compreende-se que imagens que dizem de uma certa melancolia, desesperança, instabilidade, visíveis em peças publicitárias, videoclipes e no mundo da moda, por exemplo, nos falam de um viver sob o prisma dos múltiplos agoras, do presentismo e da emoção”.

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 Cristian Góes, também jornalista e doutorando da UFMG, com uma tese que foca a produção jornalística de temas ligados a lusofonia nas últimas duas décadas no Brasil, reflete sobre os contributos deste seminário para a sua investigação: “Estou trabalhando com a ideia de trânsito identitário e o professor apresentou a conceção de travessia e penso que trânsito e travessia dialogam muito bem. Achei muito boa a forma como ele conduziu todo o curso de modo a apresentar essa travessia, isto é, do moderno ao pós-moderno, de um modelo informativo para um comunicacional baseado na fortíssima ideia de tecnologia e da imagem”, reforça Cristian Góes. Adicionalmente, Góes destacou as formulações sobre melancolia que, afirma, foram importantes para que desse um salto nos seus estudos sobre memória prospetiva no jornalismo.

Boas-vindas

Esta página destina-se a ser um portal de divulgação e uma plataforma de discussão científica do projeto O fluxo, a morte e o acontecimento mediático: linguagens, interações e imaginário, a decorrer desde 2012 na Universidade do Minho e na Universidade Federal de Minas Gerais. Este projeto, com financiamento da FCT e da CAPES, dedica-se à análise de figurações da morte nos média e nas artes visuais. O objetivo deste site é registrar e apresentar ao público  publicações, eventos e outras atividades resultantes dos esforços das equipas portuguesa e brasileira que constituem o projeto. Além disso, é nosso intuito promover a publicação participativa por parte dos membros do projeto e outros especialistas no domínio das ciências sociais, de modo a dinamizar o debate em torno das representações da morte que circulam no quotidiano através dos jornais, da televisão, da Internet, da fotografia, da publicidade, da moda e das artes.

This page is meant to be a portal of dissemination and a platform for scientific discussion of the project Flow, death and the media eventlanguages, interactions and imaginary, taking place since 2012 at the University of Minho and the Federal University of Minas Gerais. This project, funded by FCT and CAPES, is dedicated to the analysis of figurations of death in the media and cultural industries. The purpose of this site is to register and present to the public publications, events and other activities resulting from the efforts of the Portuguese and Brazilian teams that make up the project. In addition, it is our aim to promote participatory publication by the project members and other experts in the field of social sciences, in order to foster discussion around the representations of death that circulate in everyday life through newspapers, television, Internet , photography, advertising and fashion.