Próxima sexta-feira, dia 12: Seminário Interdisciplinar Interculturalidades e consciência histórica: desafios atuais para a cidadania

Seminário Interdisciplinar Interculturalidades e consciência histórica: desafios atuais para a cidadania será realizado no dia 12 de março, no formato online, a partir das 14h.

Programa completo: http://www.lasics.uminho.pt/culturespastandpresent/?p=1812&lang=pt
A participação é livre, sujeita a inscrição até dia 10 de março, aqui .

A sessão será transmitida pela página do CECS.

Organização:

Projeto Memórias, culturas e identidades: o passado e o presente das relações interculturais em Moçambique e Portugal, CECS – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Lab2PT – Laboratório de Paisagens, Património e Território​, Seminário Permanente Comunicação e Diversidade e Programa Doutoral em Estudos Culturais.

Programa completo Seminário Interdisciplinar

Interculturalidades e consciência histórica: desafios atuais para a cidadania

12 de março de 2021 , plataforma ZOOM , 14:00 – 18:00

PROGRAMA

Abertura – Moisés de Lemos Martins – CECS

Memória cultural e consciência histórica: um domínio transdisciplinar? – Rosa Cabecinhas – CECS

Representações historiográficas, consciência histórica transnacional e redes simbólicas. Problemas atuais de definição e marcadores críticos – Francisco Azevedo Mendes – LAB2PT

Consciência histórica, narrativa e identidade – reflexos e diálogos – Marília Gago – Instituto de Educação da Universidade do Minho e CITCEM -Faculdade de Letras da Universidade do Porto

15:45 – 16:00 INTERVALO

Ensino da História e a construção da identidade nacional no período após a independência em Moçambique – Cassimo Jamal – Universidade Licungo, Quelimane

O enquadramento da História da África no sistema educativo angolano. Práticas e experiências – Jacob Lussento Cupata – Instituto Superior de Ciências da Educação do Cuanza Sul (ISCED/CS), da Universidade Katyavala Bwila (UKB), Angola

Memória cultural, identidades e educação: reflexões a partir de um estudo de receção com estudantes do ensino secundário – Isabel Macedo – CECS

As “fake news” na sala de aula: atualidade do método histórico – Alberto Sá – CECS

Moderadoras: Sheila Khan – CECS e Alice Balbé – CECS

Evento gratuito, com inscrição obrigatória até dia 10 de março pelo Formulário.

Organização:

Projeto Memórias, culturas e identidades: o passado e o presente das relações interculturais em Moçambique e Portugal, CECS – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade

Lab2PT – Laboratório de Paisagens, Património e Território​

Seminário Permanente Comunicação e Diversidade

Programa Doutoral em Estudos Culturais

Confira o tema das intervenções:

Memória cultural e consciência histórica: um domínio transdisciplinar? – Rosa Cabecinhas

Nas últimas décadas houve uma proliferação de debates científicos e políticos em torno da “memória pública”, nomeadamente no que diz respeito às “políticas da memória”, às “políticas de identidade” e aos “direitos de memória”. No âmbito das ciências humanas e sociais, desenvolveu-se um léxico diverso, que oferece várias formas alternativas de compreender a memória e a sua interação com a cultura, os media e a sociedade. No entanto, as fronteiras disciplinares têm dificultado os esforços para desenvolver um léxico compreensivo que possa sustentar o tão necessário diálogo interdisciplinar sobre esta complexa temática. Nesta comunicação, a partir de uma revisitação da pesquisa anterior em representações sociais da história, iremos discutir alguns dos desafios com que nos confrontamos nesta área de estudo.

Representações historiográficas, consciência histórica transnacional e redes simbólicas. Problemas atuais de definição e marcadores críticos – Francisco Azevedo Mendes

A coexistência de vários contextos disciplinares a operar com a noção de consciência histórica produz níveis de turbulência conceptual e metodológica, cuja plasticidade importa sondar no que diz respeito à afinação dos instrumentos de análise. Pretende-se discutir de que forma os estudos comparativos sobre as representações subjacentes às historiografias nacionais interagem com os programas científicos, políticos e culturais, que trabalham as formas e os conteúdos da consciência histórica. Nesse sentido, avança-se com a hipótese de que as historiografias são sintomas de redes simbólicas de apropriação intercultural e transnacional do passado com regimes de temporalidade, lógicas de continuidade e de quebra e níveis de disseminação diferenciados e persistentes. Esta hipótese é aqui explorada através da identificação de marcadores críticos na teorização e na própria história da historiografia, suscetíveis de contribuir para uma discussão mais ampla sobre a sua utilidade científica e social.

Consciência histórica, narrativa e identidade – reflexos e diálogos – Marília Gago

Resumo: A narrativa histórica perspetivada como face material da consciência histórica forma e enforma a identidade. Pela narrativa é dado sentido e significado à vida em vários tempos e espaços. Na expressão e compreensão da realidade seja do passado, do presente ou dos horizontes de expectativa que se desenham, inscreve-se a orientação temporal do “eu” e do “nós” que ilumina dinamicamente as decisões da vida prática e os caminhos a trilhar. O modo como cada um, individual ou coletivo, constrói o seu modo de ver o mundo e de o compreender-explicar é revelador dos sentidos de identidade que se partilham, e que podem ser mais ou menos etnocentrados ou interperspetivados. A identidade expressa e construída narrativamente pode oscilar entre o foco no que nos distingue numa lógica de exclusivismo ou no que nos une numa lógica mais ampla de concepção do ser humano e da Humanidade.

Ensino da História e a construção da identidade nacional no período após a independência em Moçambique – Cassimo Jamal

Resumo: Este artigo faz análise da pertinência de inclusão da disciplina de História no Currículo de ensino em Moçambique pós independente. A análise visa compreender a sua contribuição para a construção da identidade nacional. Para o efeito, apresentam-se os sistemas educativos implantados desde 1975, passando pela implementação das Leis 4/83; 6/92, desaguando na revisão de 2004/8 dos Sistemas Nacionais de Educação. O estudo teve como base de orientação a pesquisa bibliográfica e documental. Constatou-se que a História nacional tem sido reescrita, modificada e elaborada em função dos contextos políticos vividos e das mudanças ocorridas ao longo deste período. Assim, desde 1975 à atualidade, a História tem vindo a cumprir papéis complexos e diferenciados, desde a fixação de valores e normas sociais, a construção da unidade nacional, à promoção de atitudes de solidariedade, tolerância e respeito pelas diferenças.

O enquadramento da História da África no sistema educativo angolano. Práticas e experiências – Jacob Lussento Cupata

Ao longo da sua afirmação como República de Angola, o país enfrentou várias vicissitudes, fruto do contexto histórico, marcado por um período de dominação colonial, pela guerra civil no período pós-independência, num contexto geopolítico internacional marcado pela guerra fria, e pelo processo de afirmação da democracia. Para responder aos desígnios de cada realidade histórica, foram traçadas políticas educativas que respondessem ao sistema político-económico, o que levou à implementação de reformas educativas e consequentemente à integração da disciplina de História nos diferentes planos curriculares, atendendo ao lugar que ocupa na formação da consciência histórica e social. Pretende-se analisar o enquadramento que a História da África foi tendo, na disciplina de História no Ensino Geral em Angola ao longo deste processo. Para o efeito, examinamos os diferentes programas de História do nível de ensino em referência.

Memória cultura, identidades e educação: reflexões a partir de um estudo de receção com estudantes do ensino secundário – Isabel Macedo

Analisar os processos migratórios e o seu impacto no quotidiano das pessoas tornou-se essencial para compreendermos a sociedade contemporânea. O sistema educativo, os média, o discurso político, entre outros agentes e instituições na sociedade, têm um papel central na difusão e reificação de determinadas imagens sobre as populações migrantes, influenciando valores, normas, ações e relações interculturais. Enquanto agentes de mudança social, o cinema e a escola podem assumir um papel ativo no processo de desconstrução crítica de visões sobre o ‘Outro’. De facto, as representações difundidas no período colonial parecem marcar as representações e as relações interculturais (pós)coloniais. As representações que associam a pessoa negra a papéis sociais subalternos, à pobreza, ao lugar dominado e ao exercício de funções não qualificadas, bem como à falta de escolaridade, estão presentes no discurso dos jovens participantes nesta investigação, evidenciando a importância das representações da história na (re)construção das identidades, normas e valores dos grupos sociais.

As “fake news” na sala de aula: atualidade do método histórico – Alberto Sá

O sentimento generalizado de desconfiança dos cidadãos perante as estruturas convencionais de poder e de informação trouxeram tempos confusos e contraditórios que afetam os valores universais da liberdade, da comunicação e da democracia. A suspeita e incerteza perante a veracidade da informação e a própria invasão de privacidade por ação da exposição excessiva aos dispositivos eletrónicos fragilizaram ainda mais a condição humana, o que torna os cidadãos presas fáceis para diferentes tipos de poder, conforme demonstrado com o recente escândalo “Facebook–Cambridge Analytica” (2018) ou mesmo as campanhas presidenciais na Rússia, EUA e Brasil. Num momento em que as notícias invadem os telemóveis provenientes de múltiplas fontes sem a devida referenciação, importa perguntar que papel cabe aos média e aos grupos de comunicação nesses processos? Muitos converteram os processos de verificação de factos (fact-checking) como um produto noticiável (Observador, Polígrafo SIC…). E que papel cabe à Escola? Estes casos especiais de jornalismo investigativo seguem no horizonte o método histórico, concretamente na crítica das fontes. O que propomos é refletir sobre o problema emergente da necessidade de comprovação dos factos e dos dados nos veículos de comunicação chamando-os à discussão no âmbito do ensino e aprendizagem da História, propondo exercitar o método histórico não tanto para investigar os eventos passados, mas antes para promover a atitude crítica perante a avalanche informativa e a presença responsável no ecossistema mediático. Parece-nos que a heurística, as críticas interna e externa, e a hermenêutica, quando trabalhadas no âmbito das tarefas escolares e atualizada perante os desafios sociais de hoje, podem contribuir para uma melhor relação com este fenómeno atual, promovendo a qualidade da informação pública e examinando as atividades dos gigantes da Internet.

Notas biográficas:

Alberto Sá: Professor Auxiliar do Departamento de Ciências da Comunicação, onde é vice-diretor, e ensina nas áreas do audiovisual, do multimédia, e no design de comunicação e de publicação digitais. Licenciado em História e Ciências Sociais (Ensino) e com Mestrado em História Urbana Medieval, doutorou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho, em 2012. É investigador do CECS (Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade) onde tem desenvolvido trabalho de investigação sobre os estudos da memória, em particular a mediação tecnológica da memória na era digital. É membro da equipa de investigação do projeto AUDIRE (Audio Repositório: guardar memórias sonoras) e integra o projeto Moda (“Monitoring Online Discourse Activity”). Foi co-líder do Working Group 2 do projeto e-COST Action IS1205 (“Social psychological dynamics of historical representations in the enlarged European Union”). É coordenador de evento científico-cultural CURTAS CC (Mostra de trabalhos de Audiovisual e Multimédia dos alunos de licenciatura e mestrado de Ciências da Comunicação – Universidade do Minho). Participa, atualmente, num estudo coletivo sobre o colonialismo e as lutas de libertação presentes nos manuais de história de Moçambique, sob uma perspetiva diacrónica.

Cassimo Manuel Jamal –  Natural da Zambézia, Moçambique, licenciado em Ensino de História e Geografia pela Universidade Pedagógica – Maputo, em 2005; mestre em Educação/Ensino de História pela mesma Universidade em 2010; doutorado em Estudos Culturais pela Universidade do Minho em 2019. Docente de História de África na Universidade Pedagógica em Quelimane, desde 2005, tendo sido transformada atualmente para Universidade Licungo. Tem como áreas de investigação “Manuais escolares e ensino, Saberes e culturas locais; Identidades e representações sociais e pós-colonialismo”.

Francisco Mendes: Professor de Teoria da História no Departamento de História do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. Investigador do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT).  Integra, atualmente, um projeto internacional de reforma curricular do Ensino Básico da Guiné-Bissau (RECEB), numa parceria entre o Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Educação da Guiné-Bissau (INDE) e a Universidade do Minho.  Coordenou recentemente dois números temáticos: Silva, M.C., Khan, S., Mendes, F.A., coord.  (2016). «Sociedade, autoridade e pós-memórias». Configurações, 17; Soares, F., Mendes, F. A., coord. (2020). «História dos conceitos e história intelectual: conexões teórico-metodológicas». História. Debates e tendências, v. 1 n. 20.  Contactos: fmendes@ics.uminho.pt.

Isabel Macedo é doutorada em Estudos Culturais pela Universidade do Minho e Universidade de Aveiro, na área da Comunicação e Cultura. A sua tese de doutoramento intitula-se “Migrações, memória cultural e representações identitárias: a literacia fílmica na promoção do diálogo intercultural”. É investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade e integra várias associações nacionais e internacionais na área da comunicação, da educação e da cultura visual. Co-editou a revista Comunicação e Sociedade, 34, dedicada ao tema “Ciências da Comunicação e Estudos Lusófonos” e a Vista – Revista de Cultura Visual, 2, intitulada “Memória Cultural, Imagem, Arquivo”. Alguns dos seus principais trabalhos são: “Representations of Dictatorship in Portuguese Cinema” (2017), em co-autoria; “Interwoven migration narratives: identity and social representations in the Lusophone world” (2016), em co-autoria, e “Os jovens e o cinema português: a (des)colonização do imaginário?” (2016).

Jacob Lussento Cupata: Licenciado em Ciências da Educação na opção do Ensino da História pela Universidade Agostinho Neto, Mestre em Relações Interculturais pela Universidade Aberta de Lisboa, Docente Assistente no Instituto Superior de Ciências da Educação do Cuanza Sul (ISCED/CS) da Universidade Katyavala Bwila (UKB), leccionando as disciplinas de História de África, Praticas Pedagógicas e Antropologia Cultural. Está a desenvolver o projecto de pesquisa doutoral em Estudos Culturais, sob o tema “Representações sociais da História de África no sistema educativo angolano”.

Marília Gago: Professora de Metodologia do ensino de História e de Estágio Profissional no Mestrado de ensino da História do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho. Investigadora do Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e Memória (CITCEM-Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Integra, atualmente, um projeto internacional de reforma curricular do Ensino Básico da Guiné-Bissau (RECEB), numa parceria entre o Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Educação da Guiné-Bissau (INDE) e a Universidade do Minho. Doutoramento em Educação, Metodologia do ensino de História e Ciências Sociais e Mestrado e pós-doutoramento no âmbito do Projeto de Investigação Consciência Histórica: teoria e práticas II, financiado pela FCT. Contactos: mgago@ie.uminho.pt

Moisés de Lemos Martins: Professor Catedrático da Universidade do Minho, é Diretor do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho, que fundou em 2001. Doutorou-se em Ciências Sociais na Universidade de Ciências Humanas de Estrasburgo, em 1984. Ensina e investiga em semiótica social, sociologia da comunicação e da cultura, comunicação intercultural, estudos lusófonos. É Diretor da revista Comunicação e Sociedade e também da Revista Lusófona de Estudos Culturais. Foi Presidente da Sopcom, Confibercom e Lusocom. Entre a sua obra constam: Crise no Castelo da Cultura (2011); L’imaginaire des médias (com Michel Maffesoli, 2011), Portugal Ilustrado em Postais (com Madalena Oliveira, 2011); Caminhos nas Ciências Sociais (2010); Comunicação e Lusofonia (com Helena Sousa e Rosa Cabecinhas, 2006); A Linguagem, a Verdade e o Poder (2002); O Olho de Deus no Discurso Salazarista (1990).

Rosa Cabecinhas: Diretora do Programa Doutoral em Estudos Culturais na Universidade do Minho. É professora no Departamento de Ciências da Comunicação do Instituto de Ciências Sociais e investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade. Tem desenvolvido investigação de natureza interdisciplinar e integra várias associações nacionais e internacionais nas áreas da comunicação, psicologia, educação e estudos culturais. Os seus principais interesses de investigação conjugam as áreas da comunicação intercultural, memória social, representações sociais, identidades sociais, discriminação social e diversidade. Entre as suas obras, destacam-se os seguintes livros: “Preto e Branco: A naturalização da discriminação racial” (2017, 2a edição) e, em co-autoria “Comunicação Intercultural: Perspectivas, Dilemas e Desafios” (2017, 2a edição). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1491-3420

Alice Balbé: Investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) e do projeto Memories, cultures and identities: how the past weights on the present-day intercultural relations in Mozambique and Portugal? Doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho. Pesquisa temas que incluem representações, lusofonia, comunicação ambiental em particular sobre as alterações climáticas e redes sociais digitais.

Sheila Khan: Socióloga, investigadora do Centro Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho. Doutorada em Estudos Étnicos e Culturais pela Universidade de Warwick, tem, no seu percurso académico, centrado a sua atenção nos estudos pós-coloniais, com especial enfoque nas relações entre Moçambique e Portugal, incluindo a questão dos imigrantes moçambicanos em Portugal. De entre os temas que tem trabalhado inclui-se a história e a literatura moçambicana e portuguesa contemporâneas, narrativas de vida e de identidade a partir do Sul global, autoridades de memória e de pós-memória. É de destacar os seus recentes livros, “Portugal a Lápis de Cor: A Sul de uma pós-colonialidade” (Almedina, 2015); “Visitas a João Paulo Borges Coelho: leituras, diálogos e futuros” (et al., 2017, Colibri); “Mozambique on the Move: Challenges and Reflections” (com Paula Meneses e Bjorn Bertelsen, Brill, 2018). Atualmente, investigadora doutorada do projeto financiado pelo Conselho Europeu de Investigação, EXCHANGE e membro da equipa de investigação do projeto FCT/Aga Khan sobre as relações interculturais entre Moçambique e Portugal.

Interculturalidade e consciência histórica serão os temas centrais do Seminário Interdisciplinar, organizado pelo projeto, no dia 12 de março

O Seminário Interdisciplinar Interculturalidades e consciência histórica: desafios atuais para a cidadania será realizado no dia 12 de março, no formato online. O programa reúne diversos investigadores para partilharem experiências em torno dos estudos sobre consciência histórica, representações sociais, narrativa, identidade, memória cultural e práticas e experiências no sistema educativo, pensando nas dimensões interculturais, transnacionais e globais atuais. O Seminário será realizado através da plataforma Zoom, a partir das 14 horas.

O evento conta com a participação de Alberto Sá (CECS/UM), Cassimo Jamal (Universidade Licungo, Moçambique), Francisco Mendes (LAB2PT), Isabel Macedo (CECS/UM), Jacob Cupata (ISCED/CS, UKB, Angola), Marília Gago (IE/UM E CITCEM/UP), Moisés de Lemos Martins (CECS/UM) e Rosa Cabecinhas (CECS/UM), e mediação de Sheila Khan (CECS/UM) e Alice Balbé (CECS/UM).

Este Seminário é organizado pelo Projeto Memórias, culturas e identidades: o passado e o presente das relações interculturais em Moçambique e Portugal, do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), em parceria com o Laboratório de Paisagens, Património e Território (LAB2PT), Seminário Permanente Comunicação e Diversidade e Programa Doutoral em Estudos Culturais.

A participação é livre, sujeita a inscrição até dia 10 de março, aqui .

Dan Hicks no Seminário Permanente em Estudos Pós-Coloniais do CECS

O próximo Seminário Permanente em Estudos Pós-Coloniais do CECS realiza-se no dia 20 de janeiro (15h00), via plataforma Zoom e terá como protagonista Dan Hicks (Universidade de Oxford), autor do livro The brutish museums: the Benin bronzes, colonial violence and cultural restitution (Pluto, 2020). Dan Hicks é professor de Arqueologia Contemporânea na Universidade de Oxford, curador do Museu Pitt Rivers e membro do St. Cross College, Oxford. Esta sessão do Seminário Permanente em Estudos Pós-Coloniais tem o apoio do Projeto “Memórias, culturas e identidades: o passado e o presente das relações interculturais em Moçambique e Portugal” e da plataforma Museu Virtual da Lusofonia.

No livro o autor argumenta que a devolução de materiais aos países de onde foram criados e roubados seria o início de um processo de restituição cultural. Permitiria às nações que foram colónias celebrarem e questionarem a sua própria herança cultural. Mas também forçaria a aceitação do seu próprio passado colonial.

Um museu não é uma ilha, pelo que não pode estar fechado sobre si próprio. Por estar integrado na sociedade, tem de saber falar do que se passa hoje se quiser manter-se relevante, lidando com o passado por mais incómodo que ele seja.

Não foi por acaso que a maior organização internacional de museus, o ICOM-Conselho Internacional de Museus, debateu o assunto em assembleia realizada em setembro de 2019, no Japão. Em questão, esteve a redefinição do próprio conceito de museu, sem que se tivesse chegado a conclusões, tal a polémica do assunto, pelo que a deliberação foi adiada.

O facto é que, na maior parte dos museus, parece ser consensual um discurso que ratifica que os objetos expostos pertencem aos brancos europeus, por se reportarem ao período em que foram colonizadores, muito embora isso não corresponda inteiramente à verdade. Por isso é que está na ordem do dia a restituição de artefactos existentes nos museus aos seus países de origem. A este propósito, Dan Hicks escreveu, em 2020, o livro The brutish museums: the Benin bronzes, colonial violence and cultural restitution, onde defende que a devolução de materiais aos países onde foram criados e de onde foram roubados, permitiram que essas nações celebrassem e questionassem a sua própria herança cultural, o que também forçaria a aceitarem o seu próprio passado colonial.

Este Seminário procura estabelecer um diálogo com o passado, não apenas num sentido textual e teórico, mas chamando e convocando vozes reais que nos ajudam a dialogar com as experiências coloniais e a sua reflexão no tempo pós-colonial das nossas sociedades globais. Nesse sentido, o Seminário Permanente de Estudos Pós-Coloniais nasce sob o signo de um dever de memória cívico e ético, assente numa dinâmica intercultural e resulta de uma parceria entre o CECS, o Mestrado em Sociologia da Universidade do Minho e o Projeto EXCHANGE.

Alda Costa distinguida como “personalidade da área da Museologia” pela APOM

Alda Maria Costa, investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), foi distinguida pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM) como “personalidade da área da Museologia”. A cerimónia de entrega dos “Prémios APOM 2020” decorreu a 12 de dezembro de 2020.

A museóloga moçambicana é professora de História de Arte, na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Alda Costa integra a equipa do Projeto Cultures Past&Present e do Museu Virtual da Lusofonia, além de membro do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho.

Em 2018, coeditou, com Moisés de Lemos Martins e Isabel Macedo, o volume 34(2) da revista Comunicação e Sociedade, sobre “Os Estudos Lusófonas e as Ciências da Comunicação”.

Em 2020, coeditou com Moisés de Lemos Martins e João Sarmento, o volume 7(2) da Revista Lusófona de Estudos Culturais, sobre “Museus, coleções e exposições, coloniais, anticoloniais e pós-coloniais”.

Últimos dias: Chamada de trabalhos para II Conferência Internacional sobre Cultura & Sociedade – Que Literacia(s) para uma Justiça Económica e Social? até dia 15 de dezembro

Relembramos que a chamada de trabalhos para a  II Conferência Internacional sobre Cultura & Sociedade – Que Literacia(s) para uma Justiça Económica e Social?  se encerra no dia 15 de Dezembro, 2020. A conferência será realizada na Universidade Zambeze, na cidade da Beira, em Moçambique, em 27 e 28 de Maio de 2021, em parceria com o projeto Cultures Past&Present e Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho.

A conferência está organizada nos seguintes núcleos temáticos: Literatura, Língua, Culturas e Comunicação; Sociologia, Antropologia, Filosofia e Comunicação intercultural; Justiça, Direitos Humanos, Democracia e Cidadania; e, Cultura, Economia e Desenvolvimento Humano. Os detalhes da submissão podem ser conferidos aqui.

Esta iniciativa envolve o CHAM — Centro de Humanidades da FCSH-Universidade NOVA de
Lisboa/Universidade dos Açores, o Centro de Estudos Multidisciplinares (CEM) Eduardo
Augusto Kambwa do Instituto Superior das Ciências da Educação de Luanda (ISCED-Luanda), o Movimento Literário e Artístico Lev´Arte de Angola, o Centro de Investigação Jurídica, Económica e Social (CIJES) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades (FCSH) da Universidade Zambeze, o Instituto Superior de Ciências e Tecnologias Alberto Chipande (ISCTAC), de Moçambique e o Centro de Estudos da Comunicação e Sociedade (CECS), da Universidade do Minho.

Este evento científico – que visa homenagear a Heliodoro Baptista (poeta) e Romualdo Johnam (músico) – configura um espaço de diálogo e de construção de redes internacionais, abordando temas contemporâneos transversais a várias áreas do
conhecimento, desde as políticas linguísticas, as políticas jurídico-económicas e sócio-culturais no espaço dos países de língua oficial portuguesa, passando pela problematização crítica do conceito de lusofonia, para chegar à imprensa, à história intelectual, do livro e da cultura, à edição, às artes e ao impacto da escrita feminina na compreensão do(s) pensamento(s) em língua portuguesa.

Conversa com a realizadora Catarina Alves Costa

No dia 23 de novembro de 2020, foi realizado um encontro online da equipa de investigadores do projeto Cultures Past & Present com a realizadora Catarina Alves Costa. A sessão, moderada por Alice Balbé, foi sobre o filme mais recente, o documentário Viagem aos Makonde (2020) e arquivos de Margot Dias, a publicação do livro e DVD Margot Dias. Filmes Etnográficos (1958-1961), de 2016, uma co-edição entre a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, I.P. e o Museu Nacional de Etnologia, organizado por Catarina Alves Costa e Paulo Ferreira da Costa.

O documentário Viagem aos Makonde (2020) teve financiamento DOC TV da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), produção Midas Filmes. Desenvolvido no âmbito do ARCHÉ Prémio Universidades para Melhor Projeto, DOCLISBOA 2018 Prémio Melhor Documentário e Prémio Júri Popular no Festival do Filme Internacional do Filme Etnográfico do Recife, Brasil (2019). O programa CPLP Audiovisual busca estimular o intercâmbio e fomentar a produção audiovisual nos países de língua portuguesa. Integram a iniciativa Angola, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, Timor Leste, Guiné Bissau, além de Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe.

Catarina Alves Costa é realizadora e antropóloga. Realizou, entre outros filmes, Viagem aos Makonde (2020) Pedra e Cal (2016) Falamos de António Campos (2010) Nacional 206 (2009) O Arquiteto e a Cidade Velha (2004) Mais Alma (2000), Swagatam (1998) Senhora Aparecida (1994) e recentemente compartilhou a realização de Um Ramadão em Lisboa (2019). Formada em Antropologia Social, fez o Mestrado no Granada Centre for Visual Anthropology da Universidade de Manchester, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e o Doutoramento na Universidade Nova de Lisboa com a tese Camponeses do Cinema. Representações da Cultura Popular no Cinema Português. Em 2000 fundou, com Catarina Mourão, a produtora Laranja Azul onde produziu filmes de Daniel Blaufuks, Sílvia Firmino e João Ribeiro, entre outros. É Professora Auxiliar da Universidade Nova de Lisboa e Coordenadora do Mestrado em Antropologia – Culturas Visuais. Coordena o Laboratório Audiovisual, Pólo FCSH do Centro em Rede em Antropologia / CRIA. Organizou para a Cinemateca / Museu do Cinema os Arquivos Etnográficos de Margot Dias filmados em Moçambique e Angola entre 1958 e 1961. Ensina também nos mestrados e doutoramentos da Universidade de São Paulo, no Brasil, e na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Barcelona. Recebeu entre outros, o Prémio Melhor Documentário do Festival de Filme Etnográfico de Recife (2019), Prémio da Crítica nos Caminhos do Cinema Português (2009), Prémio Planéte no Bilan du Film Ethnographique (1999), o Prémio de Excelência da Society for Visual Anthropology American Anthropological Association Film Festival, EUA e o 1oPrémio do festival VII Rassegna Internazionale di Documentari Etnografici (1996).

VI Congresso Internacional sobre Culturas divulga programa completo

A lista dos painéis e trabalhos aprovados para a apresentação no VI Congresso Internacional sobre Culturas já está disponível. A edição deste ano será realizada no formato online nos dias 18 a 20 de novembro de 2020.

O projeto Culture Past & Present estará presente no painel 4 “Memória, arte, museologia e expressões culturais”, a ser realizado no dia 20/11, às 12h (GMT). Este painel procura estimular o debate sobre o papel dos produtos culturais, artísticos e educativos na (re)construção da memória social dos indivíduos. Pretende-se questionar imagens, narrativas e sons difundidos por estes produtos, bem como processos de disseminação e de mediação destas produções e o seu impacto na reformulação do mundo, e das próprias expressões artísticas e culturais. Os investigadores Moisés de Lemos Martins, Rosa Cabecinhas, Isabel Macedo e Alice Balbé (projeto Cultures Past & Present), Madalena Oliveira e Cláudia Martinho (projeto Audire), Rita Ribeiro e Carmo Lorena (projeto Festivity), ambos do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), da Universidade do Minho, compõem a mesa deste painel.

Além do painel 4, o investigador Moisés de Lemos Martins, Professor Catedrático do Departamento de Ciências da Comunicação participará, junto com Miriam Tavares (CIAC/Universidade do Algarve) e Messias Bandeira (IHAC/UFBA), do painel 3 “As três Culturas e as tecnologias digitais: uma nova convivência saudável?”.

Nos Grupos de Trabalho, os investigadores Martins Mapera, Armindo Armando e   Pedrito Cambrao (ambos da Universidade Zambeze), discutem acerca da Unidade Nacional na Diversidade Cultural: que desafios para Moçambique? Para além desta comunicação, o investigador Martins Mapera apresentará ainda a pesquisa MWARUSI: uma utopia para o empoderamento da mulher, em conjunto com Rosa Gimo, Júlio Macário e Nelson Moda. Ambos no GT2 – Diversidade Cultural, Direitos, Gênero e Sexualidade.

No GT 4 – Cultura, Ciência, Saúde, Modos de Vida e Consumo, que traz os impactos da pandemia por Covid-19 na produção de conhecimento, o investigador do CECS e do projeto Vítor Sousa, apresenta junto a Pedro Rodrigues Costa (CECS/UM), Edson Capoano (CECS/UM) e Carlos Pimenta (UPorto) a pesquisa: Nem a morte nos une. O futuro da humanidade no pós-Covid-19.

O Congresso Internacional sobre Culturas é uma iniciativa anual da Rede de Universidades dedicadas aos estudos das Culturas  que integra universidades de Portugal, do Brasil e de Moçambique, nomeadamente: Universidade do Minho, Universidade da Beira Interior, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e Universidade Zambeze.

Prorrogado prazo para submissão de trabalhos para o VI Congresso Internacional sobre Culturas

VI Congresso Internacional sobre Culturas  tem chamada de trabalhos prorrogada até dia 23 de outubro. As propostas deverão ser coletivas (de 3 a 5 autores), no formato de mesa. O Congresso faz parte das iniciativas da Rede de Universidades dedicada aos estudos das Culturas reunindo universidades de Portugal, Brasil e Moçambique. A edição deste ano será realizada em ambiente online, nos dias 18 a 20 de novembro de 2020. 

Mais informações no site.