Outubro de 2002
01 – O jornal “Público” lança a terceira edição local: a edição do Minho, com sede em Braga.
01 – O presidente da administração da Lusa confirma que a agência propôs rescisões de contratos a seis trabalhadores, por entender que o seu desempenho não é satisfatório e pela necessidade de gerir com mais rigor. O presidente do SJ, por seu lado, diz que a confirmarem-se os despedimentos, se está perante uma “coacção inaceitável”.
02 – Dados do último relatório da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação revelam que os jornais “24 Horas” e “O Independente” e a revista “Visão” foram os que mais subiram a tiragem no primeiro semestre do ano. Segundo o mesmo relatório, os leitores revelam um desinteresse crescente nos jornais económicos, sendo o “Diário Económico” o que registou maior queda.
02 – Almerindo Marques promete aos representantes das produtoras independentes de televisão o pagamento das facturas da RTP com vencimento até Outubro.
10 – De acordo com a proposta de Orçamento de Estado para 2003, apresentada pelo governo à Assembleia da República, a RTP pode receber mais 25 milhões de euros do que recebeu em 2002. Por seu lado, a agência Lusa recebe não sofre nem aumentos nem cortes e a RDP continua a ser financiada em exclusivo pela taxa de radiodifusão.
14 – O grupo Media Capital vende ao grupo espanhol Recoletos a sua participação de 50% na sub-holding Económica. Enquanto os espanhóis continuam a conquistar o mercado português, o grupo Media Capital espera investir os 11 milhões de euros arrecadados pelo negócio nas áreas da televisão, rádio e Internet.
17 – A agência Lusa anuncia, em nota interna aos trabalhadores, que vai recorrer a rescisões de contrato por mútuo acordo, ara fazer face ao imperativo de reduzir custos da empresa. Tendo-se registado, no primeiro trimestre do ano, uma diminuição do número de clientes e de serviços noticiosos vendidos, a empresa prevê encerrar o ano com prejuízos.
19 – Almerindo Marques anuncia, em declarações à agência Lusa, que 270 trabalhadores da RTP mostraram vontade de negociar a rescisão do contrato de trabalho com a empresa. A proposta da administração tem como objectivo reduzir as despesas e o pessoal afecto à estação pública.
23 – Francisco Pinto Balsemão e a Edipress confirmam a aquisição da quota dos brasileiros na Abril/Controljornal.
24 – Segundo um estudo da Marktest, o governo teve o máximo de exposição mediática no mês de Setembro. Só a tragédia de Entre-os-Rios conseguiu ultrapassar os valores mais recentes, provocados agora pelos desenvolvimentos do caso Moderna. No quadro de evolução da exposição mediática do governo na Televisão, nem o período das autárquicas de 2001 e a demissão de António Guterres expuseram tanto o governo ao pequeno ecrã.
25 – No relatório entregue pelo grupo de trabalho nomeado pelo governo para estudar a questão do serviço público, a comissão defende que o serviço público deve ser prestado por um canal generalista, recomendando que o segundo canal continue nas mãos do Estado. Por outro lado, os membros do grupo defendem também a criação de um órgão regulador único com funções específicas de vigilância do serviço público, bem como a nomeação de um provedor do serviço público de televisão.
28 – A Impresa anuncia os resultados do exercício no terceiro trimestre do ano, garantindo que reduziu o prejuízo em 20%, face a período homólogo em 2001. Embora as receitas de publicidade consolidadas tenham descido 12,2%, o aumento de 11,6% das vendas de publicações pelas áreas de jornais e revistas ajudou a equilibrar as contas.
28 – Almerindo Marques apresenta algumas medidas que se confinam na aposta da televisão púbica na NTV como o canal do Norte. A ideia é criar um projecto com “visão regional e conteúdo nacional”, mediante uma programação reformulada, mais informação e uma emissão durante 24 horas. A NTV passa ainda a partilhar a redacção com a RTP.
Internacional
02 – Entra em vigor, no Brasil, a “medida provisória” que regulamenta a entrada de capital estrangeiro nas empresas jornalísticas e de radiodifusão do país. O diploma visa permitir até 30% de capitais estrangeiros e de direito de voto em empresas de media. No entanto, as funções de responsabilidade editorial, de selecção e direcção da programação, bem como a gestão das actividades das empresas são, por hora, ainda vedadas a estrangeiros.
08 – O Tribunal Europeu de Justiça anula a decisão da Comissão Europeia de isentar a União Europeia de Radiodifusão do cumprimento das normas de concorrência. A decisão acata a razão de quatro estações de televisão, nomeadamente da SIC, que alegavam que o regime de excepção permitia à UER a compra conjunta de direitos televisivos de eventos desportivos, impedindo a concorrência.
09 – Friede Springer adquire uma quota de 10,4% da Axel Springer, tornando-se a sócia maioritária do grupo que edita o “Bild”, o jornal de maior tiragem de toda a Europa. De secretária a “patroa” da imprensa, Friede Springer é titular de 55% do grupo.
13 – O director-geral da televisão pública italiana, Roberto Sacca, proíbe a transmissão de um programa de humor que goza com os tiques de Silvio Berlusconi. O director da estação da RAI rejeita a crítica de censura, por parte da oposição.
14 – Segundo a consultora PricewaterhouseCoopers, o sector dos media só deverá retomar um novo impulso em 2004. De acordo com o estudo divulgado, a Internet é o segmento dos media com crescimento mais rápido, prevendo-se que em 2006 o valor dos investimentos ascendam a quase 100 mil dólares. O ano de 2001 foi negro para os media, tendo sido marcado pela falência de várias empresas, por problemas da economia mundial e pelas inevitáveis repercussões no mercado publicitário.
16 – É anunciada a fusão dos grupos de media britânicos Granada e Carlton, que admitem que o negócio permite economizar 35 milhões de libras por ano. As duas maiores empresas de televisão independente chegaram a acordo, permitindo que a ITV, a maior rede terrestre de televisão comercial da Grã-Bretanha, passe a ter um único proprietário.
16 – As visitas diárias ao site do “The New York Times” ultrapassam a venda da edição em papel.
22 – O “New York Times” anuncia a compra total do “Herald Tribune”, de que já era proprietário de 50%.
22 – Cinco grupos espanhóis de media aliam-se numa sociedade que visa defender os direitos de propriedade intelectual sobre o material publicado nos títulos. O objectivo é contestar a actividade do press clipping, que recolhe artigos de jornais e revistas sobre determinadas temáticas para clientes (sobretudo empresas) de um serviço pago.
23 – A Vivendi Universal vende a sua divisão editorial europeia à Lagardère, que se torna assim o maior editor francês, dez vezes maior do que a sua rival Gallimard. O negócio irrita os editoras franceses, que admitem impugnar a venda. A própria lei da concorrência pode obrigar a alienar alguns dos seus activos.
24 – Dados revelados pela RSF confirmam que a liberdade de imprensa é violada em todo o mundo, embora o continente asiático seja o que regista os casos mais críticos. A Europa é o exemplo positivo, sendo Portugal o 7º país do ranking dos mais cumpridores.
24 – O “Daily Mirror” apresenta um pedido de desculpas de página inteira. Na origem da atitude está a publicação do número de telefone de Steve Bling, logo após a sua separação, e um pedido para que os leitores o insultassem. A publicação do pedido de desculpas faz o visado prescindir do processo de indemnização que iniciou contra o jornal.
29 – A Globo anuncia uma reestruturação da sua dívida total, esperando conseguir 336 milhões de dólares com a venda de 15% que detém na SIC. Com uma dívida que ascende a 1,1 mil milhões de dólares, a Globo prevê a revisão do programa de pagamentos e a renegociação dos juros e serviços junto dos credores.
31 – A KirchMedia anuncia a sua própria venda à Editora Bauer e ao HypoVereinsbank. O negócio ronda os dois mil milhões de euros e acontece sete meses depois de ter sido declarada a falência do grupo.